Foi um pesadelo para todos nós quando o noticiário trouxe as primeiras informações, de que um vírus letal, provocava mortes na Ásia e na Europa e que em poucos dias chegaria ao Brasil. No velho continente os corpos se acumulavam e o desespero se espalhava. Aturdidos, médicos, cientistas e autoridades de saúde batiam cabeça para encontrar ferramentas para mitigar o mal causado pela doença. A primeira coisa a fazer era o isolamento, o distanciamento. Fecha tudo! E fechou-se. Atividades em salas fechadas foram as primeiras a pararem. O teatro foi uma delas. O Fábrica foi uma delas.
Nesses dezenove meses de portas fechadas, todo tipo de pensamento passou pela nossa cabeça. “Vai passar logo!”, “Vamos sair dessa”, “Como vamos suportar?”, “Vamos ter que entregar o prédio!”. Socorro, o Fábrica agoniza!
A vacinação chega. As infecções diminuem, a morte para pra descansar. Deve ter pensado que já tinha matado todos os artistas do planeta. Matou muitos, desencorajou outros. Ahhhh e o público? Trancafiado em suas casas, esperando o melhor momento pra voltar e querendo voltar. O que fazer? Sentar e esperar?
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Decidimos não esperar. Na esteira da retomada gradual, com os cuidados que ainda precisamos ter, criamos um protocolo próprio de ação, com orientações claras para a equipe de trabalho, para os artistas envolvidos e o público. Regras de distanciamento, higienização pessoal e de ambiente, e limitação de público foram estudadas e implementadas. E enfim, depois de quase 19 meses, 82 semanas, 573 dias, o Fábrica reabre suas portas neste sábado, 09 de outubro de 2021.
Apenas 44 pessoas terão o privilégio de estar conosco neste dia. Um representante de cada grupo de teatro da cidade. 20 pessoas do público que costuma frequentar o Fábrica (foi aberto em nossas redes sociais um convite para se chegar aos selecionados). Algumas autoridades e apoiadores. No palco cenas dos espetáculos “Cartas para Josephine” (Cia Tanto faz de Teatro), “O fantasma da Roça” e “O Palhaço sou eu” (ambos do GTT – Grupo Teatral Ta’lento, mantenedor do Fábrica). Haverá ainda a participação do músico Valterci de Moura, o Hulkinho, que tocou pela primeira vez na inauguração do Fábrica em 2001, em 2003 na inauguração do palco e agora retorna para a reabertura do espaço em 2021.
Para não deixar ninguém de fora desse momento de muita emoção, quem não pôde estar presente no evento de reabertura, o Fábrica disponibilizará no instagram da entidade uma transmissão ao vivo de toda a cerimônia e depois em nossa página no youtube.
